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Quando pensamos em marketplaces de sucesso na China, o Kaola pode não ser uma das escolhas mais óbvias. No entanto, há muitas razões para conhecer melhor esta plataforma com mais de 30 milhões de utilizadores ativos.
Criada em 2015, a Kaola era sobretudo uma plataforma para empresas australianas que queriam vender na China (daí o seu nome, que significa “koala”). Cresceu de tal forma que em 2019 foi comprada pelo gigante Alibaba e é, hoje um dia, um marketplace dedicado a produtos estrangeiros e com grande sucesso num mercado cada vez mais interessado em importar bens ocidentais.
Quando foi adquirido pelo grupo Alibaba, por 2 mil milhões de dólares, o Kaola já competia com os mais relevantes marketplaces chineses, como o Tmall ou o JD.com.
Hoje em dia, já representa 21,4% do mercado no que diz respeito a plataformas de comércio internacional na China.
Ainda antes de entrar para o universo da Alibaba, este marketplace já tinha optado por focar a sua atividade em produtos ocidentais de elevada qualidade, em detrimento de marcas mais baratas mas que não fidelizavam os consumidores.
Uma aposta ganha, dado que o mercado chinês, refletindo o crescimento e enriquecimento da sua classe média, volta-se cada vez mais para este tipo de artigos. O público-alvo do marketplace são os chamados trabalhadores de colarinho branco, na faixa etária entre os 20 e os 45 anos e elevado poder de compra.
Entre as categorias de produtos mais populares estão os artigos de puericultura, alimentação, artigos de cosmética, beleza e bem-estar, artigos para o lar, vestuário, acessórios e eletrónica.
O modelo de negócio é simples: a plataforma compra diretamente às marcas internacionais, dispensando intermediários, o que se traduz em preços mais competitivos para os consumidores.
É possível vender no Kaola como empresa estrangeira ou criando uma empresa na China.
O registo como vendedor também pode ser feito de duas formas: na modalidade compra direta ou criando uma loja própria.
No primeiro caso, estará a vender diretamente à plataforma, sendo esta a modalidade mais comum entre os vendedores registados. A candidatura é apresentada online, fornecendo informações sobre a empresa, incluindo contactos e dados sobre as vendas anuais.
A candidatura é avaliada pela Kaola e, caso cumpra os requisitos, receberá um convite para finalizar o processo de registo. Após a aprovação, passará a ter o estatuto de parceiro e poderá começar a vender no site.
O marketplace oferece também a possibilidade de as marcas terem loja própria no site (que pode ser uma loja pop up), mas esta opção está geralmente reservada a marcas mais conhecidas e empresas de maior dimensão. Nesta opção vende diretamente ao consumidor final, pelo que é aconselhável ter um parceiro local.
Os custos de vender no Kaola incluem uma anuidade de 1.000 dólares e um depósito inicial reembolsável, entre os 10.000 e os 15.000 dólares, destinado a cobrir custos imprevistos. Terá ainda de contar com uma comissão entre os 2% e os 10%, dependendo do tipo de produto.
A visibilidade que é dada por uma plataforma desta dimensão é uma das principais vantagens. O seu público-alvo (jovem, informado e com poder de compra) e o potencial de crescimento da economia chinesa contribuem para que esta seja uma opção a ter em conta para as empresas que pretendem exportar para a China.
A reputação do Kaola é outra vantagem para qualquer empresa que pretenda entrar no mercado chinês. Esta plataforma é conhecida pela boa relação qualidade /preço, mas também pela qualidade e credibilidade dos artigos que comercializa. Ou seja, na perspetiva do consumidor, o facto de determinada marca estar no Kaola é uma garantia de confiança.
Este marketplace é, igualmente, uma boa solução para abordar o mercado chinês de uma forma mais simples do que se o fizesse pela exportação direta. A plataforma assume todas as questões relacionadas com logística, armazenamento, operação online e serviço pós-venda. Desta forma, garante que o produto chega rapidamente ao consumidor final.
Outra vantagem é um sistema de rastreamento de produtos com tecnologia QR Code, que garante a autenticidade do produto, identificando e eliminando artigos contrafeitos.
A comunidade Kaola é outro ponto forte desta plataforma. Existe um separador que funciona como um fórum, em que os consumidores encontram feedback de outros utilizadores sobre produtos. Este é um factor importante, dado que os consumidores chineses gostam de consultar avaliações e opiniões de outros compradores antes de tomarem uma decisão. Esta comunidade permite também que as marcas possam interagir com os próprios consumidores, o que é fundamental para a criação de boa reputação entre os internautas.
Independentemente do modelo pretendido para abordagem e-commerce a este mercado, como aqueles disponibilizados pela Kaola (loja própria ou venda à plataforma marketplace), deverão as empresas portuguesas estar cientes das questões que poderão constituir dificuldades (ou mesmo entraves) à pretendida exportação, como sejam as disposições legais vigentes, a necessidade de registos e licenciamentos do operador de comércio, as obrigações tributárias e contratuais, os perigos/estratégia em termos de Propriedade Intelectual (PI), as formalidades e direitos aduaneiros ou outros impostos/taxas
envolvidos, as proibições ou restrições (por exemplo fitossanitárias) associadas a certo tipo de produtos, entre outras.
A AICEP disponibiliza, por um lado, na sua plataforma Portugal Exporta, o acesso a informação sobre estas temáticas, nomeadamente na sua ficha de e-commerce/China, e, por outro, as suas Delegações na China que poderão prestar esclarecimentos adicionais.
De qualquer modo, a internacionalização para o mercado chinês aconselha a que as empresas exportadoras se socorram de assessoria jurídica, sendo que, no caso concreto da Kaola, a própria plataforma disponibiliza um certo grau de assistência a esse nível.
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