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Campo Obrigatório
17 de Julho 2024
Exportar para Itália: um mercado a ter em conta

Artigo AICEP

Artigo elaborado em janeiro de 2023.

Exportar para Itália não é um caminho novo para muitas empresas portuguesas, mas há ainda um enorme potencial neste mercado que muitos ainda encaram apenas como um fornecedor. 

As relações comerciais entre Portugal e a Itália estão bastante desenvolvidas, mas a balança pende significativamente para o lado dos italianos. Estando o caminho aberto para a intensificação das trocas comerciais entre os dois países, e tendo em conta que as exportações para Itália têm vindo a aumentar, talvez seja altura de olhar para este mercado de outra forma. 

Exportar para Itália: o que dizem os dados?   

As empresas portuguesas têm vindo a reforçar a aposta no mercado italiano. Entre 2017 e 2021 registou-se um crescimento médio anual de 10,9% nas exportações para Itália, bastante superior ao que se verificou a nível das importações (3,6%).

Os dados do Instituto Nacional de Estatística (INE) revelam que a Itália foi o sexto cliente das exportações portuguesas de bens em 2021, com uma quota de 4,5% no total. Recorde-se que Espanha, França, Alemanha, Estados Unidos e Reino Unido são os cinco principais países de destino das exportações nacionais. 

De Portugal, o mercado italiano tem recebido sobretudo Veículos e Outro Material de Transporte (17,9% do total), Máquinas e Aparelhos (11,9%), Vestuário (9,3%),  Produtos Agrícolas (9,2%), Plásticos e Borracha (6,4%). O nosso país tem importado Máquinas e Aparelhos, Metais Comuns, Produtos Químicos, Veículos e Outro Material de Transporte e Matérias Têxteis.

A balança comercial foi desfavorável para Portugal, com um défice de 1 361 milhões de euros em 2021. Alemanha, França, China, Países Baixos e Espanha representaram, em conjunto, 43,5% do valor das importações italianas e Portugal não está sequer entre os 20 primeiros fornecedores do mercado italiano. O que significa que, apesar da concorrência forte, este é um mercado com potencial para os produtos portugueses. 

Máquinas e Aparelhos, Produtos Químicos, Combustíveis Minerais, Metais Comuns e Veículos e Outro Material de Transporte são as principais categorias de produtos importados em Itália, mas existem, como veremos, boas oportunidades noutros setores. 

O que saber para exportar para Itália?

A Itália é um dos maiores mercados da União Europeia, com mais de 59,2 milhões de habitantes. Com um PIB per capita de 35 570 USD em 2021 e um crescimento de 5,1% no consumo privado e de 6,7% no PIB (valor que deve descer para metade em 2022 devido às consequências da guerra na Ucrânia), continua a ser um cliente apelativo e com um elevado poder de compra. 

A dimensão do mercado interno, o facto de ser um dos maiores destinos turísticos do mundo e um mercado aberto a produtos e empresas estrangeiras (exceto na área agroalimentar) são pontos que justificam um olhar mais aprofundado sobre Itália. 

Os dados económicos e demográficos podem ser um incentivo, mas há outros aspetos a considerar ao delinear a sua estratégia para exportar para Itália. 

Quais as características do consumidor italiano?
 
Qualidade, preço e variedade da oferta são os principais critérios de compra, mas os consumidores italianos estão cada vez mais interessados em valores como a transparência e autenticidade e uma maior ligação à natureza. 

São igualmente compradores informados, que usam a internet como fonte e que estão cada vez mais conscientes do cuidado necessário na utilização de dados pessoais, pelo que, se pretende exportar para Itália via e-commerce, não deve descurar estes aspetos. 

Na abordagem ao mercado italiano é igualmente importante identificar tendências que, a curto e médio prazo, podem causar transformações a nível do consumo. Além do envelhecimento da população, há que ter atenção às questões relacionadas com o desenvolvimento tecnológico, visíveis não só nas indústrias transformadoras, mas também na economia digital e no crescimento da domótica. A construção e modernização de infraestruturas e o crescimento de energias renováveis e gás natural são outros fatores a ter em conta como eventuais pontos de entrada no mercado italiano.  

Vestuário, têxteis lar, software aplicativo, telecomunicações, biotecnologia, indústria aeroespacial e componentes automóveis são algumas áreas com potencial de crescimento e que podem constituir uma oportunidade para as empresas portuguesas que operam  nestes setores. 

Como fazer negócios em Itália?

A Itália está sensivelmente a meio da tabela (40.º lugar em 82) no ranking global do ambiente de negócios, ocupando o 42.º (entre 180 países) no que respeita à transparência.

Se pretende exportar para Itália, há aspetos a que deve dar especial atenção, nomeadamente a importância das relações pessoais no desenvolvimento dos negócios. É igualmente importante causar uma boa impressão, seja através do vestuário, seja pela pontualidade, especialmente valorizada no norte do país. 

O idioma não é um obstáculo intransponível, até porque o inglês é cada vez mais utilizado. No entanto, há que ter alguma paciência, já que as negociações tendem a ser demoradas. Para facilitar, prepare amostras por produtos e tenha em conta que os contratos devem ser assinados, preferencialmente, de forma presencial.

Há ainda outras recomendações que podem facilitar o processo: ao definir preços, tenha em conta que estes devem incluir o custo do transporte e dos seguros. Os cheques pré-datados não são permitidos e os prazos de pagamento são, geralmente, de 60 a 90 dias, podendo chegar a 180 dias quando se trata de grandes empresas. 

Entre os principais desafios que as empresas encontram ao exportar para Itália estão, por exemplo, a excessiva burocracia e o facto de a legislação ser complexa e variar consoante as regiões. Para poder responder de forma mais eficaz a estes desafios, confie na informação de mercado e na experiência da AICEP, que pode apoiar a sua empresa em todas as etapas do processo. 

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