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Conheça os marketplaces mais apetecíveis e as razões pelas quais deve ponderar vender na China.
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Artigo AICEP
Artigo elaborado em março de 2024.
Se a sua estratégia de internacionalização passa por vender online para a Suíça, então fique a par de alguns indicadores sobre o mercado helvético.
A maturidade digital, o elevado poder de compra e as relações privilegiadas com a União Europeia são apenas algumas razões para que vender online para a Suíça seja uma oportunidade para as empresas portuguesas.
Num país com cerca de 8,8 milhões de habitantes, um ambiente digital avançado e um quadro regulamentar favorável ao comércio eletrónico, o e-commerce pode ser a porta de entrada paraa oferta nacional.
Mesmo sendo um mercado extracomunitário, existe proximidade geográfica e cultural com a União Europeia, o que facilita as relações comerciais. Este facto, aliado à recetividade a novos produtos e serviços e à valorização da qualidade em detrimento do preço, aumenta o interesse da Suíça enquanto país de destino para as exportações através do e-commerce.
Com bons indicadores de educação e inovação, o ambiente digital é favorável para as empresas que ponderam vender online para a Suíça e o país está no top 10 em termos de digitalização (10.º lugar em 115 países).
O número de utilizadores de internet é de cerca de 8 milhões de pessoas, o que representa uma taxa de penetração da internet superior a 91%, muito acima da média mundial. Por outro lado, a taxa de penetração dos smartphones é de 70,6% e deverá aumentar para os 86,3% em 2027.
Os números confirmam o potencial do e-commerce no país, fazendo com que seja uma opção interessante para as empresas exportadoras. Para conhecer melhor o mercado digital helvético e traçar uma estratégia, o primeiro passo é olhar para os seguintes indicadores:
1. Os números do e-commerce na Suíça
O e-commerce na Suíça está em crescimento, tanto no segmento B2C como no B2B. Em relação a este último, há a destacar uma particularidade do mercado: existe uma elevada fragmentação e até os maiores marketplaces B2B, como Alibaba ou Mercateo têm dificuldades em consolidar a sua posição no mercado.
Centrando a análise no B2C, é possível antecipar um crescimento médio anual de 11,7% no volume de vendas nos próximos três anos. Um ritmo de crescimento superior à média mundial (11,2%) e ao da Europa Central e Ocidental (8,4%).
Em 2022, o volume de negócios de e-commerce no país foi de 12,4 mil milhões de USD, colocando a Suíça no 23º lugar a nível mundial e no 6º maior mercado da Europa Central e Ocidental.
2. Marketplaces e Retalhistas Online
Em dezembro de 2023, a Amazon foi, segundo o site Statista, a loja online mais popular na Suíça, seguindo-se a Galaxus.ch e Zalando.
Em 2022, 26,5% do total de receitas das lojas online era concentrado em três players: digitec.ch (1 037 milhões USD), galaxus.ch (931 milhões) e zalando.ch (869 milhões). A completar o top 5 das plataformas com mais vendas online na Suíça estiveram a Apple.com (637 milhões) e brack.ch (582 milhões).
3. Logística e Distribuição
A logística e a distribuição são dois pontos essenciais no e-commerce internacional e, neste aspeto, a Suíça reúne as condições ideais para o comércio eletrónico.
As infraestruturas e os serviços logísticos suíços destacam-se pela sua eficiência, abrangência e elevado desenvolvimento tecnológico, oferecendo preços competitivos e diversidade nas opções de entrega. A Swiss Post (serviço postal público) domina o mercado com cerca de 80% de quota de mercado e, em 2022, o país foi considerado líder mundial em desenvolvimento postal (1º lugar em 172 países).
4. Compras online
As compras online têm registado uma tendência de crescimento, que se deverá manter nos próximos três anos. Nesse período, deverá ser a categoria de Alimentação a registar a maior subida nas vendas (crescimento médio anual de 20,9%).
Em 2027, a percentagem de consumidores online deverá ser de 71,4%, abaixo da média prevista para a Europa Central e Ocidental (77,7%), mas acima da média mundial (66,6%) e da previsão para Portugal (57,4%).
O gasto médio online dos consumidores suíços deverá ter um crescimento médio anual de 11,9% até 2027. Em 2023, este valor atingiu os 2 110 USD, bastante acima dos valores verificados para o e-consumidor chinês (1200 USD), português (936 USD) e face à média mundial (827 USD).
O consumidor suíço é digitalmente avançado, faz compras através do smartphone ou computador portátil e gosta de se informar antes de comprar, através de pesquisa online, consulta de reviews e comparadores de preços.
As compras online são feitas similarmente por mulheres e homens (50,3% vs. 49,7%), entre os 35 e os 54 anos (52,0%) e por consumidores de todos os escalões de rendimento.
Os e-consumidores da Suíça valorizam a comodidade e a segurança. Recorrem a várias formas de pagamento e, embora o cartão seja ainda o meio mais popular, os pagamentos através de carteira digital devem registar um forte crescimento nos próximos anos.
Ao fazerem compras online os suíços confiam na TWINT (aplicação local) para pagar com o smartphone. A modalidade Buy Now, Pay Later está a crescer, destacando-se as opções Klarna e Ratepay.
Ao vender online para a Suíça é importante ter em conta a diversidade de idiomas no país e o facto dos consumidores preferirem encontrar descrições dos produtos na sua língua nativa (alemão, francês ou italiano, consoante a região).
Embora prefiram produtos nacionais, os suíços procuram a oferta internacional para o que não conseguem encontrar localmente. A qualidade é um fator importante na escolha, pelo que valorizam as certificações e os aspetos técnicos dos produtos ou serviços.
O e-consumidor suíço prefere entregas gratuitas feitas por operadores logísticos que reconheça.
Se a sua empresa vai vender online para a Suíça, é fundamental ter em conta as preferências dos consumidores, nomeadamente no que se refere aos idiomas, meios de pagamento e entregas.
As empresas nacionais devem ainda saber que, apesar de existirem Acordos Comerciais com a União Europeia, mantêm-se algumas barreiras na importação de produtos agrícolas (podem ser objeto de concessões pautais) e agrícolas transformados (podem ser objetos de direitos aduaneiros).
Além das regras aplicáveis ao comércio internacional, como Incoterms®2020, formalidades alfandegárias ou regulamentação dos produtos, no e-commerce B2C, por pressupor um relacionamento direto com o consumidor, podem existir outras particularidades.
Assim, para garantir que a sua empresa tem todos os dados necessários e está realmente preparada para abordar o mercado suíço, é importante obter o apoio e a informação necessários consultando, desde logo, a informação de mercado disponível no site Portugal Exporta da AICEP.
Por sua vez, na área reservada MY AICEP também tem a possibilidade de fazer um diagnóstico de e-commerce e de aceder a oportunidades de negócio internacional, sugestões de mercados, informação sobre e-marketplaces ou a planos de ação para iniciar ou reforçar exportações. Registe-se!
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