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Os marketplaces de serviços não são apenas úteis na vida quotidiana e pessoal. Constituem uma…
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Artigo AICEP
Artigo elaborado em setembro de 2023.
Se vai internacionalizar o seu negócio através do e-commerce ou reforçar a sua presença neste setor, vender online para a Alemanha é um dos caminhos mais atrativos para o fazer. O comércio eletrónico tem uma presença forte no mercado germânico e os consumidores locais, além de terem um elevado rendimento, gostam de fazer compras em sites internacionais.
A maturidade digital e as excelentes condições em termos logísticos são outros fatores que tornam ainda mais interessante um mercado que já é um dos principais clientes das exportações portuguesas. Conheça-o melhor.
O mercado alemão já não é propriamente um estranho para as empresas portuguesas, representando cerca de 11% das exportações nacionais.
Os cerca de 83 milhões de consumidores alemães têm um elevado poder de compra e uma boa relação com tecnologias digitais, estando cada vez mais vocacionados para compras online.
A Alemanha, além de ser o maior mercado intracomunitário, pode servir também como porta de entrada para países como a Suíça ou a Áustria, geograficamente próximos, partilham o idioma e são igualmente apelativos em termos de consumo.
A Alemanha é o segundo maior mercado europeu de e-commerce e o quinto a nível mundial, prevendo-se que, em 2027, o valor das compras online chegue aos 175,3 mil milhões de USD.
Entre 2019 e 2023 a taxa de crescimento médio do comércio eletrónico na Alemanha foi de 13,7%.
Nos próximos anos, o efeito criado pela pandemia não desaparecerá totalmente, já que se prevê um crescimento médio anual de 8,7% a partir de 2023 e até 2027. Apesar desta taxa ser inferior à média (11,5%), inclusive à média europeia (10,0%), é importante olhar para indicadores como o volume de negócios, que atingiu os 106,2 mil milhões de USD em 2022.
As razões para o sucesso do e-commerce na Alemanha
Sendo um país tecnologicamente avançado, a Alemanha reúne todas as condições para ser um dos mercados mais importantes do e-commerce mundial.
Em 2022, a taxa de penetração da internet era de 83,9%, um valor superior em 13,4% à média mundial. Até 2027 espera-se que esta taxa suba para 87,5%. Cerca de 88% dos alemães usam smartphones, número que deverá aumentar em 5% nos próximos quatro anos.
Com cerca de 70 milhões de utilizadores de internet, o país ocupa o 3.º lugar entre 115 no índice de digitalização Resilience Digital 2021.
Esta conectividade acima da média é um dos fatores para o crescimento do comércio eletrónico na Alemanha, mas o facto deste país ser o principal centro logístico europeu também ajuda a criar as condições ideais para que as compras online sejam tão populares.
As infraestruturas e condições logísticas do país permitem a otimização dos fluxos de mercadorias, contribuindo para que os preços dos serviços de logística sejam baixos e o serviço prestado de elevada qualidade. Segundo o Banco Mundial, o Desempenho Logístico Internacional da Alemanha era, em 2018, o melhor entre 160 países.
A qualidade dos serviços postais (2.º lugar entre 172 países), a boa conectividade e a pontualidade na entrega contribuem igualmente para o comércio eletrónico ser cada vez mais a escolha certa para os consumidores locais.
Este ecossistema favorável ao e-commerce é particularmente atrativo para as empresas que pretendem vender online para a Alemanha: um país onde é fácil comprar pela internet, já que consegue dar respostas aos principais desafios do e-commerce.
O facto de ser um mercado exigente constitui, para as empresas portuguesas, uma oportunidade de aprendizagem e um incentivo para desenvolverem competências em termos de comércio eletrónico.
Os principais marketplaces na Alemanha
Em 2021 a Amazon.de foi o marketplace de maior sucesso na Alemanha (18 557 milhões USD), seguindo-se o Otto (6 064 milhões USD), o Zalando (2 976 milhões USD) e o Mediamarkt.de (2 844 milhões USD). A multinacional sueca foi o marketplace que mais cresceu no país em 2020.
O e-commerce na Alemanha caracteriza-se também pelo predomínio do segmento B2C, embora o B2B esteja a ganhar importância no que respeita ao volume de negócios.
Marketplaces B2B generalistas, como o Mercateo ou a Conrad e marketplaces verticais que têm como objetivo satisfazer a cadeia de abastecimento de multinacionais podem ser oportunidades para as empresas portuguesas.
Cerca de 80% dos alemães fazem compras online, mas em 2027 este valor deverá chegar perto dos 84%, bastante acima do que se espera para Portugal (57,4%) ou a nível mundial (66,6%).
Em 2023, cada consumidor alemão deverá gastar, em média,1 850 USD em compras online e prevê-se que este valor aumente 8% nos próximos quatro anos. Se tivermos em conta que a média mundial é de 930 USD e que em Portugal esse valor deverá ser de 1 096 USD, facilmente se percebe o potencial do mercado alemão.
O crescimento do e-commerce na Alemanha deverá ocorrer sobretudo na categoria de alimentação (21,4%). Bebidas (14,0%) e mobiliário (9,0%) são outros setores em que se espera um aumento mais forte de vendas. Já os produtos eletrónicos, apesar de continuarem na lista de compras dos consumidores alemães, só deverão ter um crescimento na ordem dos 4,4%.
Quem e como se compra online na Alemanha?
As compras online na Alemanha são feitas a partir do smartphone por consumidores em idade ativa, entre os 25 e os 54 anos. Os compradores com rendimentos médio e alto representam cerca de 67,4% dos consumidores.
Há mais homens do que mulheres a recorrer ao e-commerce, embora a diferença seja pouco significativa (51,8% / 48,2%). Moda, eletrónica e entretenimento são as categorias mais populares para as compras online.
Os e-consumidores germânicos gostam de comprar em sites internacionais, mas que tenham descrições em alemão. Antes de decidirem, pesquisam, comparam e valorizam as opiniões de outros clientes. Os valores e a identificação com a marca são importantes, assim como a sustentabilidade e responsabilidade social.
Sites com envios gratuitos, que permitam pagar após o recebimento do produto e que não obriguem à utilização de cartões bancários para pagamentos online são os mais apelativos para os alemães. Os pagamentos por transferência bancária e carteira digital são os mais comuns. Entre os meios de pagamento digitais, o Paypal é o preferido, mas soluções como o Swish e o Vipps ou a Amazon Pay também são usadas.
Como são bastante exigentes, estes consumidores esperam receber as suas encomendas rapidamente e em casa. Caso não fiquem satisfeitos, não hesitam em fazer devoluções.
Dada a dimensão do mercado alemão, o elevado poder de compra e o nível de exigência do consumidor local, as empresas nacionais que pretendam vender online para a Alemanha deverão procurar diferenciar-se dos concorrentes.
A presença em marketplaces como a Amazon é importante, mesmo que a empresa disponha de uma plataforma própria. É aconselhável ter descrições de produtos e atendimento ao cliente em alemão e incluir avaliações de outros clientes.
A disponibilização de pagamento após a entrega é valorizada pelos consumidores, pelo que deve ser considerada.
A questão das entregas e devoluções tem de ser gerida com bastante rigor, cumprindo prazos e garantindo que o processo decorre de forma rápida e eficaz. Qualidade, confiabilidade e transparência são valores que os consumidores alemães prezam.
O sucesso no e-commerce depende bastante do conhecimento do mercado em questão, uma informação que a AICEP disponibiliza de forma detalhada na área reservada MY AICEP. Nesta plataforma encontra também aconselhamento e oportunidades de negócio fundamentais no processo de internacionalização. Registe-se.
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