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12 de Setembro 2024
Vender online para o Reino Unido: dados a ter em conta

Artigo AICEP

Artigo elaborado em março de 2024.

Fique a par de dados importantes para traçar a sua estratégia de entrada num dos maiores mercados europeus de comércio eletrónico. Saiba como vender online para o Reino Unido.

As características do mercado de e-commerce britânico fazem com que vender online para o Reino Unido seja uma possibilidade interessante para as empresas exportadoras. A dimensão do mercado e a maturidade digital dos consumidores são dois indicadores que demonstram a importância deste país no comércio eletrónico.

Embora o Reino Unido já não faça parte da União Europeia (UE), o histórico de boas relações comerciais com Portugal e com a UE é outro fator que torna este mercado aliciante, a somar ao facto de a Irlanda do Norte, por força do Protocolo da Irlanda do Norte, permanecer como território “comunitário”, pelo que as vendas de bens realizadas para este espaço geográfico continuam a beneficiar de liberdade de circulação, sem pagamento de direitos aduaneiros e sem necessidade de cumprimento de provas de origem ou emissão de Atestados de Origem.

O mercado de e-commerce no Reino Unido

O Reino Unido é o maior mercado de e-commerce da Europa e o quarto em termos mundiais, mas continuam a existir perspetivas de expansão nos segmentos de comércio eletrónico B2B e B2C. Este último tem relevância crescente e deverá registar, até 2028, um crescimento médio anual de 6,8%. Embora este valor seja inferior às médias mundial (9,8%) e europeia (7,6%), não deixa de ser considerável. A categoria mais promissora neste crescimento será “Bebidas”, com um incremento esperado de 17,2%.

Este interesse crescente pelo comércio eletrónico no Reino Unido está alicerçado num ambiente muito favorável aos negócios digitais. O mercado é competitivo, com muitos vendedores – cerca de 46% das PME vendem online – e uma grande variedade de produtos.

O país tem cerca de 61 milhões de utilizadores de Internet, com taxas de penetração de Internet e de smartphones acima dos 90% (90,2% e 97,0%, respetivamente). A primeira deverá aumentar até 2028, para 93,0%, enquanto a segunda deverá manter-se estável (97,0%).

No que respeita a marketplaces, o mercado de e-commerce do Reino Unido foi, em 2022, liderado pela página britânica da Amazon (amazon.co.uk), com 15 362 milhões de USD. Seguiram-se sainsburys.co.uk, tesco.com, asda.com e argos.co.uk. Os três primeiros representam, em conjunto, 32,8% do total de receitas no país dos 100 maiores marketplaces e retalhistas online. Entre as 20 principais plataformas no país, o maior crescimento, entre 2021 e 2022, foi o da shein.co.uk (103,2%).

Logística eficaz

As infraestruturas e os serviços de logı́stica contribuem para que o comércio eletrónico seja bem-sucedido no Reino Unido, já que conseguem dar uma resposta eficaz às exigências das empresas e dos consumidores. Esta eficácia, aliada às várias opções de entrega – que, por sua vez, originam preços competitivos – e ao facto de estarem, em solo britânico (ou “comunitário” no caso da Irlanda do Norte), os principais operadores internacionais, faz com que, em termos de desempenho logístico mundial, o país esteja no 19.º lugar num ranking de 139.

Os serviços postais também funcionam com rapidez e previsibilidade, facilitando as entregas e o cumprimento dos prazos. 

O consumidor digital britânico

Ao vender online para o Reino Unido, a sua empresa encontrará um mercado maduro e com grande potencial, em que 83,8% da população (cerca de 51 milhões de pessoas) efetua compras através da Internet. Uma percentagem que deverá subir para 98,0%, em 2028. 

Em 2024, o gasto médio anual dos britânicos em compras online deverá ser cerca de 2 320 USD, valor que se revelará bastante superior à despesa média mundial (1 079 USD), à portuguesa (1 020 USD) e à do maior mercado mundial de e‑commerce, a China (1 688 USD).

O consumidor digital britânico está geralmente recetivo a novos dispositivos, plataformas e meios de pagamento. A maioria das compras online é realizada através do smartphone e do portátil, por pessoas entre os 25 e 54 anos pertencentes aos escalões de rendimento médio e alto.

Nas compras online, os britânicos privilegiam a rapidez e a comodidade. Preferem sites que carreguem rapidamente e em que possam consultar online a disponibilidade dos artigos.

Na decisão de compra pesam fatores como o preço e a qualidade – comparam antes da aquisição –, mas também a opinião de outros consumidores sobre os produtos que pretendem adquirir.

Os britânicos que compram online estão recetivos a compras através das redes sociais, como Facebook e Instagram, mas são exigentes, até porque conhecem bem os seus direitos. Assim, preferem entregas ao domicílio e em loja, com notificações em todas as etapas do processo e as devoluções simplificadas e gratuitas.

Sustentabilidade é valorizada

Transparência, responsabilidade social e sustentabilidade são valores apreciados pelos consumidores digitais do Reino Unido.

Os britânicos confiam nos meios de pagamento online. Além do cartão de débito, recorrem a sistemas como PayPal, Apple Pay e Visa Checkout, prevendo-se um aumento nos pagamentos através de E‑Wallet

O que saber para vender online para o Reino Unido?

Assim, para vender online para o Reino Unido, é importante assegurar condições que melhorem a experiência de compra do consumidor e que vão ao encontro das suas preferências.

A presença nas redes sociais e o investimento em aplicações próprias acessíveis em qualquer dispositivo e que permitam comprar e pagar sem interrupções são dois pontos a considerar na elaboração da estratégia para este mercado.

Para atrair o consumidor britânico também é importante oferecer várias opções de envio e diferentes vias de contacto e devoluções simples e gratuitas.

Como saber mais sobre as exportações para o Reino Unido?

O enquadramento legal para vender online para o Reino Unido, sobretudo tendo em conta os regimes de controlo fronteiriço pós-Brexit, exige algum conhecimento, sendo que aqui deverá falar-se apenas em Grã-Bretanha, uma vez que, como se disse, a Irlanda do Norte continua a reger-se pelas regras da UE, nos termos do Protocolo da Irlanda do Norte).

No que respeita à exportação para a Grã-Bretanha/Irlanda do Norte, há ainda que ter em conta outros aspetos, como a legislação do país de destino, formalidades e direitos aduaneiros ou taxas e impostos, podendo, eventualmente, em função da “nação” de destino da exportação (Inglaterra, País de Gales ou Escócia) existir especificidades regulamentares.

A AICEP é não só uma fonte credível para informações sobre mercados, como um apoio fundamental para as empresas portuguesas que seguem o caminho da exportação. Registe-se na área reservada MY AICEP e saiba mais.

 

Veja também:

 

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