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Artigo AICEP
Artigo elaborado em fevereiro de 2023.
Portugal é o segundo principal fornecedor deste país africano, pelo que exportar e investir em Angola significa entrar num mercado que tem sido bem-sucedido para as empresas nacionais.
Apesar de os indicadores económicos angolanos não terem sido os mais favoráveis nos últimos anos, há um contexto de mudança e de recuperação que se traduz em boas perspetivas para quem pretende incluir Angola no seu plano de internacionalização.
Conheça o mercado angolano e o enquadramento socio-económico da 6ª maior economia africana e saiba o que ter em conta ao exportar e investir em Angola.
Tem cerca de 36 milhões de habitantes e um território com elevado potencial. A riqueza em termos de recursos naturais é importante para o PIB de Angola, mas a falta de diversificação das exportações também torna este país mais vulnerável a choques de preços, o que explica os dados menos positivos dos últimos anos.
Depois de uma contração de 5,5% no PIB em 2020, registou-se um crescimento de 0,7% em 2021 e tudo indica que em 2022 os números tenham sido mais animadores (na ordem dos 2,8%). Para 2023 prevê-se uma redução na inflação (que chegou a ser superior a 20%, mas apesar da descida deverá continuar acima dos 10%).
Quais as características do mercado angolano?
Mesmo com a crise, o consumo privado cresceu durante o ano de 2022, pelo que Angola continua a ser uma boa aposta para a internacionalização.
Na abordagem ao mercado angolano é igualmente necessário ter em conta que este é um país em que predominam os pequenos negócios, quer seja na agricultura, comércio, transportes, construção ou serviços. Apesar de ter cada vez mais jovens, o grau de qualificação médio da população é ainda insuficiente, pelo que a informalidade e a baixa produtividade são características ainda muito presentes na economia.
Ainda assim, o potencial do mercado é grande, até porque, como veremos, o histórico das relações comerciais entre os dois países é favorável para Portugal.
Como fazer negócios em Angola?
Se pretende exportar e investir em Angola é importante ter consciência de alguns pontos importantes na cultura de negócios. Os dias de trabalho (sábado de manhã incluído) começam e acabam mais cedo do que em Portugal.
Estabelecer uma parceria com um agente local é sempre uma mais-valia para fazer negócios no país. Nos seus contactos de negócios deve também ter em conta que, apesar de o trato ser cordial, há que prestar atenção ao vestuário usado.
Existe um novo contexto, marcado pela procura de investimento estrangeiro, reformas legislativas e modernização de serviços que pode ser altamente favorável às empresas portuguesas que queiram exportar e investir em Angola.
A maior abertura, a diversificação da economia e a operacionalização do observatório Portugal /Angola – que tem como objetivo dinamizar e facilitar o investimento bilateral entre os dois países – constituem vantagens que devem ser aproveitadas.
Entre as mudanças que podem ser benéficas para as empresas portuguesas estão também:
Quais as áreas de oportunidade?
Angola é um país em que a agricultura de subsistência constitui o principal recurso para a maioria da população, mas mais de metade dos produtos alimentares consumidos pelos angolanos são importados. O setor dos bens alimentares é, por isso, um setor de oportunidade a explorar.
Vinhos, construção, casa, farmacêutico, calçado e Tecnologias de Informação e Comunicação (TIC) são outros setores com potencial no que diz respeito a exportações para Angola.
O défice de estruturas nos setores do turismo e do retalho é outra característica da economia angolana que pode também constituir uma boa oportunidade para as empresas portuguesas.
A escassez de divisas e a burocracia e complexidade que existem na análise e aprovação de projetos são desafios que os investidores podem enfrentar.
De acordo com o Comtrade, Portugal foi o segundo maior exportador para Angola (14,8% do total), enquanto a China (32,7% do total) é a principal origem das importações angolanas. Países Baixos (6,1%), EUA (5,9%) e Índia (5,4%) completam a lista dos 5 maiores fornecedores, que em conjunto, representam 64,9% do valor das importações.
Máquinas e Aparelhos, Produtos Agrícolas, Produtos Químicos, Metais Comuns e Veículos e Outro Material de Transporte são os produtos mais comprados por Angola.
Angola foi o 9º cliente das exportações portuguesas de bens em 2021, com uma quota de 1,5% no total. No mesmo ano, a balança comercial foi claramente favorável para Portugal, com um excedente de 872 milhões de euros.
No âmbito dos entraves à exportação, não obstante tenham sido registados esforços no sentido de uma melhoria no ambiente de negócios em Angola, verifica-se a existência de alguns obstáculos, que passam, designadamente, pela reintrodução do Regime de Inspeção Pré-embarque para alguns bens (medicamentos, bens da cesta básica e bens prioritários de origem nacional), pelo controlo de qualidade dos produtos importados e restrições à Importação de Produtos.
Portugal e Angola estabeleceram vários acordos bilaterais, como o Acordo sobre Assistência Administrativa Mútua e Cooperação em Matéria Fiscal, o Acordo sobre a Promoção e a Proteção Recíproca de Investimentos e acordos de cooperação nos domínios da indústria, turismo e hotelaria e economia.
No âmbito das relações com a União Europeia vigora o tratamento da nação mais favorecida (Most Favoured Nation / MFN). Para obter mais informações pode consultar a plataforma Access2 Markets e pesquisar pelo país ou por um produto específico. A mesma plataforma serve como referência para conhecer as barreiras relacionadas com as importações em Angola.
Se pretende aprofundar o conhecimento sobre o mercado angolano ou obter informação de mercado mais detalhada, o registo na MY AICEP é um passo essencial. Conte ainda com o apoio da rede externa da AICEP para facilitar os seus negócios.
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