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Artigo AICEP
Artigo elaborado em março de 2024.
A Certificação de Sustentabilidade do Setor Vitivinícola aumenta a competitividade das empresas portuguesas nos mercados internacionais. Saiba como.
Num contexto em que a sustentabilidade é cada vez mais importante no comércio internacional, a Certificação de Sustentabilidade do Setor Vitivinícola constitui um fator de diferenciação e competitividade para as empresas deste setor.
Esta certificação, que comprova o cumprimento de critérios em áreas como o ambiente, liderança, responsabilidade social ou política laboral, vai ao encontro das exigências dos mercados internacionais e dos próprios consumidores. Ao aliar qualidade e sustentabilidade, o setor vitivinícola nacional garante um lugar de referência no mercado global.
É uma certificação atribuída às organizações deste setor que comprovem, mediante certificação, que a sua atividade se desenvolve de acordo com o Referencial Nacional de Certificação de Sustentabilidade do Sector Vitivinícola (RNCSSV).
O Referencial Nacional de Certificação de Sustentabilidade do Setor Vitivinícola tem por base 5 princípios:
Este documento define os critérios que as entidades devem cumprir, de forma a poderem utilizar o selo de sustentabilidade. O RNCSSV enumera os requisitos mínimos de implementação aplicáveis às organizações, assim como os indicadores, métricas e objetivos para cada um dos requisitos.
Para alcançar esta certificação as organizações devem adotar práticas de produção amigas do ambiente e exercer a sua atividade de forma social e economicamente responsável, com um impacto positivo nos seus colaboradores e na comunidade.
Qual a importância da certificação de sustentabilidade?
A certificação de sustentabilidade no setor vitivinícola é importante para que os produtos dessa organização se destaquem no mercado nacional e internacional. A importância territorial, económica, social e ambiental deste setor faz com que seja ainda mais importante afirmar-se como um exemplo de boas práticas na área da sustentabilidade.
É igualmente uma forma de ir ao encontro das metas a nível internacional – como o Pacto Ecológico Europeu – no combate às alterações climáticas e à degradação ambiental.
Ou seja, um produto com esta certificação não só tem um menor impacto ambiental como se torna mais competitivo nos mercados internacionais.
Há ainda a ter em conta que as questões relacionadas com certificação e estratégia ESG são, para vários mercados e potenciais clientes (por exemplo, em certos concursos públicos internacionais), uma condição obrigatória para o estabelecimento de relações comerciais.
A Certificação de Sustentabilidade do Setor Vitivinícola aplica-se a todas as organizações do setor vitivinícola nacional responsáveis e orientadas para a sustentabilidade, independentemente da dimensão e do nível de evolução na implementação destas práticas.
Abrange seis categorias de operadores: destilador, engarrafador, fabricante de vinagre de vinho, preparador, produtor, viticultor, vitivinicultor e vitivinicultor-engarrafador.
O Referencial Nacional de Certificação de Sustentabilidade do Setor Vitivinícola tem um conjunto de 86 indicadores, distribuídos por 17 capítulos e quatro domínios de intervenção (Gestão e Melhoria Contínua, Ambiental, Social e Económico). Do conjunto de indicadores, alguns poderão ser ‘não-aplicáveis’ para determinados operadores, devendo, no entanto, haver uma justificação para tal. Por outro lado, existem indicadores cujo cumprimento mínimo é obrigatório para todos, denominados ‘indicadores KO’.
As organizações interessadas em obter a certificação devem fazer a sua avaliação com base nos indicadores que têm de cumprir no âmbito da sua atividade. Cada indicador tem três níveis de cumprimento, mediante o grau de exigência e a cada nível corresponde uma pontuação e um nível de sustentabilidade.
Os operadores podem propor-se à certificação, que é atribuída com base em auditorias realizadas por organismos de certificação acreditados. Se a gestão sustentável do operador for certificada, este passa a poder usar o respetivo selo nos seus produtos.
Há 6 passos para obter a certificação:
1. Registar o negócio junto do Instituto da Vinha e do Vinho (IVV).
2. Fazer a autoavaliação de sustentabilidade de acordo com os critérios do RNCSSV e, caso não tenha obtido o nível baixo do referencial de sustentabilidade, elaborar um plano de melhoria.
3. Implementar as medidas que constam do plano de melhoria.
4. Pedir a auditoria a uma entidade acreditada.
5. Submeter-se à auditoria e, se necessário, corrigir as inconformidades.
6. Obter a certificação.
O RNCSSV estabelece quatro domínios em que as empresas podem aplicar boas práticas de sustentabilidade (Gestão e melhoria contínua, Ambiental, Económico e Social). Em cada um há um conjunto de áreas de intervenção em que é possível implementar medidas de forma a cumprir os indicadores que permitem obter a certificação.
Gestão e melhoria contínua
Diz respeito à abordagem sustentável que integra os aspetos ambientais, sociais e económicos e permite avaliar o grau de envolvimento e empenho da gestão da organização na estratégia de sustentabilidade.
Inclui, por exemplo, o acompanhamento periódico dos impactos ético-culturais, ambientais e sociais das atividades da organização, a estratégia de sustentabilidade ou a utilização da sustentabilidade como critério na seleção de fornecedores de produtos e serviços.
Abrange igualmente o tipo de relação ou ligações que a organização tem com a sua comunidade (por exemplo, a promoção do consumo responsável de vinhos junto dos consumidores) e as questões de liderança e organização.
Ambiental
As boas práticas ambientais estão relacionadas, por exemplo, com a gestão dos recursos hídricos. Ou seja, com a utilização de conhecimentos e tecnologia que permitam gerir a água de uma forma eficiente, utilizando a quantidade mínima necessária e evitando o desperdício.
Os planos de rega, a monitorização dos consumos e as análises à qualidade da água são exemplos de boas práticas a implementar neste campo.
Ainda no que respeita ao ambiente, a gestão dos solos – mantendo o potencial produtivo e evitando a sua degradação e contaminação – é outro aspeto importante para garantir uma certificação de sustentabilidade. A gestão de pragas e doenças, a redução dos gases com efeito de estufa (GEE) e a eficiência energética são outros pontos a que as empresas vitivinícolas devem dar especial atenção.
Social
As boas práticas de âmbito social dizem respeito aos recursos humanos da organização e boas práticas como a equidade e a diversidade, saúde e segurança no trabalho ou capacitação de competências (por exemplo, team building ou formação).
Esta área de intervenção inclui ainda a relação com a comunidade, as compras feitas a nível local e o contributo da organização para o turismo da região e para a paisagem da zona onde opera.
A colaboração com outras organizações do setor e a atualização tecnológica são outros aspetos que podem ser considerados como boas práticas a nível social.
Económico
As questões relacionadas com sustentabilidade económico-financeira da empresa são igualmente importantes para a certificação, mas também para a sobrevivência e crescimento da organização.
A elaboração de um orçamento anual – alvo de monitorização periódica – , os investimentos feitos nos últimos anos e a forma como contribuíram para a sua melhoria /renovação, as parcerias com instituições de I&D e a elaboração de relatórios financeiros são igualmente boas práticas nesta área.
A certificação de sustentabilidade no setor vitivinícola aumenta a competitividade das empresas portuguesas nesta área, sendo, por isso, mais um fator para o sucesso na sua internacionalização. Para além desta, as empresas podem explorar outras certificações de sustentabilidade, que podem atestar a qualidade e contribuir para a dimensão reputacional, contribuindo, adicionalmente, para a competitividade das empresas nos mercados internacionais.
Para alcançar novos mercados e captar novos clientes há, no entanto, todo um trabalho de fundo que deve ser feito e que exige informação, know-how e experiência no terreno.
Se a sua empresa está a iniciar a internacionalização ou se quer reforçar este processo, é importante garantir que o faz com toda a segurança, beneficiando do aconselhamento adequado. Saiba mais na área reservada MY AICEP.
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