MD Group na vanguarda da tecnologia para a produção de peças de iluminação automóvel
A MD Group nasceu em Leiria há 33 anos e possui duas unidades de negócio, uma dedicada ao fabrico de moldes, a MD Moldes, e outra onde são fabricadas as peças plásticas, a MD Plastics. Com cerca de 500 funcionários, 250 em cada uma das empresas, o grupo registou em 2021 um volume de negócios de 48 milhões de euros, 21 milhões referentes à MD Plastics e 27 milhões na MD Moldes.
A percentagem de exportações na MD Moldes ronda os 90%, enquanto na MD Plastics a exportação é indireta, uma vez que uma parte importante da produção é enviada para a Volkswagen Autoeuropa. Os principais mercados de destino dessas exportações são sobretudo Espanha, França, Alemanha, EUA e México. Nos últimos dois anos, em plena pandemia, a empresa entrou no mercado americano. “Estamos com 30% a 35% de vendas de moldes para o mercado americano, Estados Unidos e México, mas também Brasil e Argentina”, adianta o Diretor Comercial do grupo. Na MD Plastics 40% das vendas são feitas no mercado nacional, sobretu-do à Autoeuropa, e 60% referem-se a exportações sobretudo para mercados europeus.
Apesar do contexto de pandemia, o grupo cresceu de 2020 para 2021 cerca de 15% nas áreas dos plásticos e 35% nos moldes. De 2021 para 2022 o crescimento foi menor. A empresa sublinha que um dos principais negócios da empresa, a iluminação automóvel, “continua a crescer e irá crescer nos próximos anos”.
DEFINIR MICROESTRUTURAS E MELHORAR O PROCESSO DE CORTE
Na MD Group têm vindo a ser utilizadas diversas tecnologias consideradas disruptivas. Por exemplo, a Internet of Things (IoT), para garantir que há uma comunicação entre as bases de dados e os equipamentos. No entanto, o Diretor de Operações destaca a importância da micromaquinação, ou definição num nível micro das estruturas das peças, que é muito relevante na área da iluminação para o setor automóvel.
A micromaquinação, muitas vezes referida como nanotecnologia, recorre a equipamentos altamente tecnológicos, permitindo definir microestruturas que não se conseguem obter a partir do processo de maquinação conven-cional. “Fomos os pioneiros em Portugal, introduzimos máquinas únicas no mercado e investimos na formação específica da equipa nos Estados Unidos, relacionada com esta tecnologia”, sublinha.
A tecnologia começou a ser integrada em 2019, até então esses serviços eram subcontratados diretamente pelos clientes da empresa a fornecedores na Alemanha ou no Canadá. “Os preços eram extremamente elevados e os prazos eram incompatíveis com a indústria”, recorda o Diretor de Operações. Essas terão sido as principais razões que levaram a MD Group a investir na tecnologia, para poder dar resposta aos clientes sem necessidade de intermediação. Foram adquiridas duas máquinas de cinco eixos com uma ponta de corte de diamante, que substitui as ferramentas de corte convencional. O diamante está parado e é a peça que roda para que seja efetuado o corte em peças óticas ou de projeção de luz, de acordo com as normas internacionais. O investimento nesta tecnologia foi superior a um milhão de euros e o processo de transformação envolveu diversas pessoas da área de engenharia, assim como a contratação de mais duas pessoas para trabalhar com as máquinas. “O processo de acabamento destas peças é diferenciado, as peças são digitalizadas, controladas e enviadas para o departamento de nanotecnologia para fazer micromaquinação”, explica. O desconhecimento acerca desta tecnologia era total e o processo de aprendizagem prolongou-se por seis meses, mas trouxe à empresa uma maior autonomia e eficácia.
O investimento nesta tecnologia foi superior a um milhão de euros e o processo de transformação envolveu diversas pessoas da área de engenharia
OS PRAZOS TORNARAM-SE MAIS CURTOS, OS PREÇOS MAIS COMPETITIVOS E O NEGÓCIO AUMENTOU
Na MD Group o volume de exportações tem-se mantido estável, embora os últimos tempos tenham sido marcados por alguns constrangimentos relacionados com o fornecimento de produtos e matérias-primas. “O negócio continua com essa pressão, dos materiais, dos componentes e dos chips, que ainda não acabou, e nós não somos obviamente alheios a essa circunstância”, adianta o Diretor Comercial.
Com a adoção da micromaquinação, a MD Group passou a dominar tecnologias que estavam habitualmente associadas ao Canadá e à Alemanha. “Os nossos clientes passaram a comprar-nos produ-tos que antes subcontratavam e, de alguma forma, também nos deram uma ajuda para que pudéssemos desenvolver o negócio e aprender”, adianta. “Passámos a apresentar preços mais competitivos, em prazos mais razoáveis e com melhor serviço para o nosso cliente.”
A tecnologia instalada terá levado a um aumento de 5% a 7% do volume de negócios, ainda que a relação direta entre a nova forma de produção e as vendas seja difícil de estabelecer. “Passámos a produzir mais com essa tecnologia, passámos a ter mais margem nos produtos e também melhorámos o serviço que podemos prestar aos nossos clientes”, conclui o Diretor Comercial.
Passámos a produzir mais com essa tecnologia, passámos a ter mais margem nos produtos e também melhorámos o serviço que podemos prestar aos nossos clientes
ACOMPANHAR AS TECNOLOGIAS E INOVAÇÕES DE QUE OS CLIENTES NECESSITAM
A MD Group é hoje reconhecida por ser uma empresa tecnológica de engenharia. “Somos sempre abordados com a perspetiva de realizar projetos diferentes e disruptivos, que não existam no mercado”, diz o Diretor de Operações. O mais provável é que as empresas do grupo prossigam esse caminho. A empresa está a trabalhar com vários clientes e com tecnologias e conceitos inovadores e específicos. “Vamos captando novos clientes e produtos e percebendo quais são as tecnologias necessárias”, sublinha. A empresa tem também colaborado com parceiros, universidades e diversas organizações ao longo de todo o percurso, na procura das melhores soluções tecnológicas. Os próprios clientes, que são alguns dos maiores fabricantes do setor automóvel, têm departamentos de investigação e desenvolvimento com os quais a MD Group também colabora, e é dessa cooperação que deverão surgir as próximas apostas da empresa em tecnologias disruptivas e inovação.
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