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Casos de Sucesso: Catari

A Catari tornou mais eficaz a produção de andaimes e outros sistemas metálicos com recurso à robótica

A Catari, fundada em 1979, em Vale de Cambra, distrito de Aveiro, é uma empresa especializada no desenvolvimento e produção de sistemas de andaimes. Tem relações comerciais com mais de 40 paises. Começou por ser uma pequena empresa de metalomecânica que fabricava cilindros de aquecimento de água, mas abandonou esse negócio. A experiência no trabalho com cobre levou-a a dedicar-se a outro produto, peças em cobre de decoração, que mais tarde viriam a ser substituídas por  sistemas metálicos para o setor da construção e indústria. 

O desenvolvimento do setor da construção em Portugal, ainda na década de 1980, levou a empresa a aproveitar a sua experiência no trabalho com metal, e as máquinas de que dispunha, para começar a fabricar produtos para a Construção, tais como betoneiras, escoras ou andaimes, nos quais se especializou. Por essa altura, a empresa deu também início ao processo de certificação dos seus produtos com a norma europeia EN 12810, que rege os sistemas de andaimes. 

Com os produtos certificados e uma linha já automatizada, a Catari começou em 2000 a abordar novos mercados e a iniciar o seu processo de internacionalização. 

Hoje, o grupo Catari integra várias unidades. Em Portugal, a atividade divide-se entre a sede e a unidade produtiva - Catari Indústria em Vale de Cambra, o Centro Logístico em Arouca, e a Catari Portugal com estaleiro em Cortegaça e no Barreiro. A nível internacional, o grupo afirma a sua presença com a delegação Catari Espanha, com instalações em Madrid e em Sevilha, e ainda a Catari Chile, onde através da presença em Los Angels, Santiago e mais recentemente em Antofagasta, alcança uma cobertura total do território. Com cerca de 200 funcionários, o grupo Catari tem registado um volume de negócios que ronda os 25 milhões de euros. 

catari

AUTOMATIZAR TAREFAS 

O investimento da Catari na área da robótica começou ainda na década de 1990 e procurou dar resposta a várias necessidades da empresa. O principal objetivo tem sido aumentar a eficácia da produção, a sua cadência e previsibilidade. “Sendo o processo robotizado e estando todas as variáveis controladas, é expectável que o resultado seja sempre o mesmo”, sublinha Bernardo Tavares Nery, diretor comercial da Catari. 

A grande vantagem da utilização da robótica foi a automatização de tarefas e a previsibilidade em relação à sua execução, mas com os robôs a Catari conseguiu também aumentar a cadência da produção e diminuir a quantidade de tarefas rotineiras realizadas pelos funcionários. “Sem pôr de parte o fator humano, porque não era esse o objetivo, conseguimos colocar as pessoas a fazer as tarefas que realmente devem ser feitas por um operador humano”, adianta Bernardo Tavares Nery. Os processos repetitivos passaram a ser feitos por um robô, enquanto as tarefas mais complexas são desempenhadas pelas pessoas.

Embora destaque a importância da utilização da robótica industrial, o diretor comercial da Catari refere também a importância de outras tecnologias também consideradas disruptivas. É o caso da impressão 3D, que a Catari usa sobretudo para a produção de protótipos e que permitiu reduzir custos, uma vez que a empresa deixou de subcontratar esse serviço. Agora, quando pretende apresentar um protótipo aos clientes antes de avançar para a produção, já dispõe do equipamento necessário. “Foi um processo que envolveu sobretudo o departamento de engenharia, numa altura em que a empresa já precisava de efetuar impressões 3D com frequência. Esse passo fez com que partíssemos para a produção de uma forma muito mais assertiva”, explica Bernardo Tavares Nery. “Agora, quando colocamos uma série em produção, o risco de falhar é muito menor. Criamos primeiro um modelo em impressão 3D, que pode até ser testado com outras peças metálicas que já existem, e assim vemos se é o que se pretende para que o cliente aprove.”

ROBÓTICA TORNOU-SE INDISPENSÁVEL EM VÁRIAS ÁREAS

A robótica começou a ser utilizada na Catari há cerca de 30 anos e desde então tem vindo a adquirir cada vez mais robôs, e cada vez mais complexos. “Hoje usamos robôs em vários setores”, diz Bernardo Tavares Nery. A maior parte dos sistemas de robótica instalados são compostos por robôs de soldadura que vieram simplificar bastante o processo de produção e a execução de tarefas que antes eram feitas manualmente, por operadores. 

Hoje os operadores colocam num posicionador os componentes de uma peça e é o robô que faz a soldadura nos vários ângulos do produto”, sublinha o diretor comercial da Catari. Além disso, foram ainda instalados robôs para o manuseamento de peças, colocação de autocolantes ou outros acabamentos.

Todo o trabalho mais rotineiro é hoje realizado na Catari por robôs que têm vindo a ser instalados ou adquiridos nos últimos anos. “Uns são mais simples, outros mais complexos, e o apoio que dão é sobretudo na área da soldadura e no manuseamento de peças.” Alguns robôs estão também programados para fazer movimentos complexos e chegar a áreas de mais difícil acesso.

Toda a parte industrial está envolvida na adoção da robótica, uma área que é hoje familiar e com a qual toda a gente está acostumada a trabalhar

A robotização da Catari foi gradual e contou com a colaboração de parceiros que, em alguns dos casos, começou logo no início do processo, ainda nos anos de 1990. Envolveu as diversas áreas da empresa, mas sobre-tudo o setor de produção e as pessoas especializadas na engenharia de processos. “Em conjunto com a engenharia de produto, a engenharia de processos determina a forma de otimizar e de desenhar a programação dos robôs”, explica Bernardo Tavares Nery. “Toda a parte industrial está envolvida na adoção da robótica, uma área que é hoje familiar e com a qual toda a gente está acostumada a trabalhar.

A adoção da robótica tem trazido também alguns desafios, e o principal é conseguir adaptar a tecnologia para a realização de novas tarefas ou produtos, adianta Bernardo Tavares Nery. Por vezes, os requisitos específicos dos clientes obrigam a realizar tarefas que os robôs não tinham ainda executado, sendo necessário programá-los corretamente antes de dar início à produção.

A robótica permitiu-nos produzir mais e de forma mais eficiente, tornando-nos mais competitivos para entrar em novos mercados.

funcionario catari

ROBÔS TORNARAM A EMPRESA MAIS COMPETITIVA PARA ENTRAR EM NOVOS MERCADOS

Uma das principais consequências da utilização da robótica na Catari foi a otimização dos processos de soldadura. Depois, houve também uma melhoria da produção no que se refere à previsibilidade e qualidade dos sistemas produzidos. “Isso fez com que conseguíssemos melhorar o produto”, diz Bernardo Tavares Nery, para quem a evolução da Catari teria sido muito diferente sem o investimento em robótica, em termos de quantidade e qualidade dos produtos. “Estaríamos ainda alguns níveis abaixo. A robótica permitiu-nos produzir mais e de forma mais eficiente e tornar-nos mais competitivos para entrar em novos mercados. As peças são também fabricadas de forma mais eficiente e com um melhor acabamento.

80% da faturação da Catari é proveniente da exportação tendo vendido em 2022 para 30 países, embora a empresa esteja presente, ao todo, em cerca de 40. “Temos crescido bastante em volume de negócios, mas também em número de mercados e de novos clientes”, explica Bernardo Tavares Nery. Espanha e Chile são alguns dos destinos com maior expressão nas exportações da empresa, de tal forma que a Catari está diretamente presente nestes países.

No que se refere ao negócio internacional, Bernardo Tavares Nery considera que a capacidade de adaptação do produto ou do serviço tem sido o principal fator para o sucesso da empresa, a par do planeamento que passa por analisar os mercados onde o setor da construção ou da indústria está em maior crescimento. “Temos ferramentas de identificação dos projetos, e vamos percebendo se estes se adaptam ao produto da Catari”, explica o diretor comercial da empresa. Depois, há também o trabalho de campo. Por exemplo, o negócio ligado à indústria tem ganho maior importância, embora não seja tão visível porque os sistemas desenvolvidos estão no interior dos complexos industriais, de refinarias, de centrais nucleares ou de produção de eletricidade. Para chegar a novos mercados a Catari teve de alargar o seu portefólio de produtos, o que teria sido muito mais difícil sem o recurso à robótica. 

PRÓXIMOS PASSOS SERÃO ROBOTIZAR ALGUMAS ETAPAS DA PRODUÇÃO

A Catari pretende agora robotizar algumas áreas que poderão ainda beneficiar com essa tecnologia. Na linha de produção, que começa com chapas de aço e alumínio e termina com um lote de peças galvanizadas numa palete ou envoltas numa cinta metálica, algumas etapas podem ainda ser melhoradas com recurso à robótica. 

Também na área de acabamento, ou de logística, a utilização da robótica pode ainda ser melhorada”, sublinha o diretor comercial da Catari. Isso implicará a aquisição de novos equipamentos e a adaptação de outros. E exigirá, também, que seja reforçada a aposta na formação e nos recursos humanos. “Embora Vale de Cambra seja uma cidade bastante industrializada, a falta de recursos humanos especializados continua a ser uma dificuldade”, sublinha Bernardo Tavares Nery. “Temos tentado atrair pessoas, mas por vezes temos de procurar mais longe”.  

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