Mais de um século a conquistar mercados e a fazer o trabalho de casa.
A história da Symington Family Estates é feita de muitos caminhos, tantos quanto os que levam o seu vinho do Porto a mais de 80 países. Para Dominic Symington, administrador da empresa, há apenas uma receita para ter sucesso nos mercados internacionais: Fazer o trabalho de casa. Não ir a uma feira sem preparar uma boa agenda de reuniões, não chegar a um país sem conhecer bem os seus gostos e a sua cultura.
Dominic Symington senta-se diante do balcão de madeira, numa mesa da sala de provas que faz lembrar um requintado pub britânico. Aquela é uma casa de vinho do Porto, e nem seria preciso espreitar as garrafas de Graham’s, Dow´s ou Cockburn’s para o perceber. A madeira escura e a luz fosca da sala pedem um cálice de Porto e uma boa conversa. Fala-se sobre como fazer chegar, todos os anos, 80 milhões de euros em vinho do Porto a mais de oitenta países, ou como empregar 480 pessoas, cuidar de 26 quintas e mais de 2240 hectares de vinha.
A ligação ao vinho do Porto da família Symington começou pouco após a vinda de Andrew James Symington para Portugal, em 1882, quando este casou com Beatrice Leitão de Carvalhosa, neta de um produtor e exportador de vinho do Porto. Mais tarde, o bisavô de Dominic Symington viria a tornar-se sócio na casa Warre’s e na Porto Dow’s. Em 1970 foi comprada a Graham’s e, em 2011, a Cockburn’s.
No início as exportações da empresa destinavam-se sobretudo ao Reino Unido ou às antigas colónias portuguesas, mas após a II Guerra Mundial dá-se a expansão para vários mercados.
Foi aí o grande crescimento. Hoje exportamos diretamente de Vila Nova de Gaia, para mais de 80 países.
A Europa Ocidental é a grande compradora, o Reino Unido é um mercado importantíssimo, tal como a Holanda, Bélgica, França, Dinamarca ou Alemanha.
A empresa tem hoje uma equipa comercial com 15 gestores de mercado que estão constantemente a viajar. “Não esperamos que alguém venha cá bater à porta a pedir se pode ser representante dos nossos vinhos nos mercados globais”, adianta o administrador da Symington. E cada viagem exige uma boa preparação. “Nunca vamos a uma feira de vinho sem ter uma agenda completamente preenchida, porque não vale a pena pagar por um stand e ir para uma feira sem ter reuniões pré-definidas. Fazer o trabalho de casa é absolutamente fundamental.”
Para além de um bom trabalho de casa e da aposta na qualidade, Dominic Symington deixa ainda outro conselho para alcançar o sucesso nos mercados internacionais, que passa por aproveitar o que é único no terroir e nas vinhas portuguesas. “O trunfo que nós temos é a variedade e a seleção de castas autóctones nacionais, aí ninguém nos pode copiar. Portanto, o nosso terroir, a nossa terra e as nossas castas são o ponto diferenciador em relação aos outros países.”
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