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Campo Obrigatório
20 de Dezembro 2022

Sustentabilidade e trabalho híbrido transformam mobilidade belga

AICEP

Bélgica

As tendências e o futuro da mobilidade, para as empresas e para os cidadãos, têm sofrido grandes mudanças em todo o mundo, e nomeadamente na Bélgica, impulsionadas por dois fatores chave: a sustentabilidade e o trabalho híbrido.

teletrabalho e o trabalho híbrido alteraram a forma como os belgas se deslocam para o trabalho. Stijn Daniels, especialista em mobilidade na universidade KU Leuven, constata que, embora a frequência destas deslocações tenha diminuído, o número de quilómetros percorridos entre casa e trabalho não diminuiu necessariamente. Não havendo a necessidade de se deslocarem todos os dias para o local de trabalho, as pessoas estão mais predispostas a viver fora dos centros urbanos ou a aceitar trabalhos mais distantes da sua residência.

Embora a opinião não seja consensual, a investigadora em mobilidade da universidade VUB,  Cathy Macharis, prevê que a mobilidade na Bélgica se torne cada vez mais um serviço, onde as pessoas poderão escolher, de forma flexível, que tipo de transporte utilizam e quando.

O surgimento das bicicletas elétricas (e-bikes) foi um “game-changer” enquanto meio de transporte alternativo para deslocações de curta e média distância. Em 2021, 16% das “viagens funcionais”, na região da Flandres, já eram efetuadas de bicicleta, ao mesmo nível da Dinamarca, e apenas ultrapassada pelos Países Baixos (23-24%). Em Bruxelas, entre o Verão e o Outono de 2021, o uso de bicicletas aumentou 86%. A utilização de bicicletas em sistema de leasing, também é uma nova tendência importante. Na Bélgica, já existem cerca de 80 mil bicicletas em uso em sistema de leasing, e há um número crescente de empresas interessadas em oferecer uma bicicleta aos seus funcionários como veículo de trabalho.

Os transportes públicos também se têm adaptado às novas tendências da mobilidade. A STIB – empresa de transportes públicos da Região de Bruxelas-Capital – está de momento a considerar oferecer opções de subscrição mais flexíveis, em alternativa aos “passes mensais”. Espera-se que o número de subscrições de transportes como o metro, autocarro e comboio, caia nos próximos anos, e as pessoas passem a fazer uma utilização “on-demand”, combinando vários tipos de transporte consoante as necessidades.

Os sistemas de transporte partilhado, como as empresas de trotinetes, de bicicletas e de car-sharing, continuarão a crescer nos próximos anos. No entanto continuarão a representar uma pequena percentagem do “mobility mix”, representando uma opção alternativa utilizada sobretudo por um público jovem.

automóvel continuará a ser o meio de transporte mais utilizado. Muitas famílias continuam a ver o carro como a opção mais viável do seu “mobility mix”, e muitas empresas continuam a considerar o carro como um ativo importante, tanto do ponto de vista fiscal como ao nível da competitividade na captação de talento. A grande tendência que se verifica é na procura de modelos híbrido plug-in e modelos elétricos, em detrimento de carros a combustíveis fosseis. Ao nível das empresas, a eletrificação das frotas é uma tendência inegável.

As mudanças no setor da mobilidade na Bélgica seguem as tendências a nível global, contando com a participação e apoio de entidades privadas e públicas. No âmbito do seu Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), a Bélgica alocou 22% do orçamento a projetos na área da mobilidade. As empresas e entidades portuguesas devem estar atentas às tendências e oportunidades do ecossistema de mobilidade e dos vários setores a ele inerentes, como o cluster das smart cites, o setor das duas rodas, eletrificação do setor automóvel, gestão de frotas, entre outros.

Neste contexto este mercado pode constituir uma excelente oportunidade para as empresas e entidades nacionais com novas ofertas na área da mobilidade ou interessadas em desenvolver projetos e parcerias num país que se destaca pela sua capacidade de inovação e de ligação universidade/centros de investigação-empresa. 

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