França cresce em vários setores

Depois de enfrentar inúmeros desafios, como a crise pandémica e a instabilidade provocada pela guerra na Ucrânia, a economia francesa dá agora sinais de estar a sair desse cenário mais negativo, mas mesmo assim é evidente o abrandamento. Se em 2022 a economia francesa tinha crescido 2,5 por cento (depois de 6,4 por cento em 2021), em 2023 as atuais previsões do Banco de França apontam para um ligeiro crescimento de 0,7 por cento, com ligeira aceleração prevista para 2024 (1 por cento) e 2025 (1,5 por cento), embora sem descolar de maneira clara.

Neste cenário, a inflação, que em França nunca alcançou os valores de outras economias europeias, dará provas de descida consistente, com o aperto das condições de financiamento que paulatinamente se repercute no investimento das empresas e no consumo das famílias, conjugado com um aumento da taxa de poupança (que é uma das mais altas da Europa e que tem vindo a subir, alcançado agora os 18 por cento). Assim, a inflação deverá descer ligeiramente de 5,9 por cento em 2022 para 5,6 por cento este ano, para finalmente cair de forma relevante em 2024 (2,4 por cento) e 2025 (1,9 por cento).

O desemprego continuará a diminuir durante este ano (caindo de 7,3 por cento em 2022 para 7,1 por cento em 2023), mas as previsões apontam para uma subida nos próximos dois anos, alcançando os 7,6 por cento em 2025. O défice e a dívida pública, grandes problemas estruturais da economia francesa, continuarão a contribuir muito negativamente para o cenário de conjuntura, afetando a economia como um todo. Deste modo, o défice atingirá este ano os 5 por cento do PIB, continuando em valores superiores a 4 por cento até 2025. A divida pública, por seu turno, e em contraciclo com a maioria das restantes economias europeias, permanecerá muito elevada, esperando- -se uma estabilização em torno dos 110 por cento do PIB.

Saiba mais sobre este mercado na edição de setembro da Revista Portugalglobal.

Por Eduardo Henriques, Delegado da AICEP em França