Fabricantes de calçado apostam em sapatos confortáveis
AICEP
De sapatos de salto alto sofisticados a chinelos confortáveis. Numa pandemia em que muitas pessoas trabalham em casa e os casamentos são cancelados, a indústria de calçado portuguesa é obrigada a mudar para sobreviver. Sem festas para participar e escritórios para trabalhar, a pandemia COVID-19 levou as pessoas a comprar menos sapatos.
Portugal é o terceiro maior fabricante de calçado da Europa, com mais de 1 300 empresas que empregam cerca de 40 mil pessoas. A maior parte do que é produzido, 95 por cento, vai para exportação. No entanto, entre janeiro e agosto, as exportações caíram 17 por cento em relação ao mesmo período do ano passado. “Não há discotecas abertas, não há casais a sair, o que significa uma quebra para alguns produtos", disse João Maia, da APICCAPS (Associação Portuguesa dos Industriais de Calçado, Componentes, Artigos de Pele e seus Sucedâneos), à agência Reuters.
Quando a pandemia começou, os fabricantes de calçado na Europa já lutavam contra uma procura mais fraca, assim como contra o aumento da concorrência da China. Segundo a APICCAPS, há estimativas de que o consumo global de calçado irá cair 22,5 por cento em 2020. Para a Europa, o número é ainda um pouco superior. Isso significa que 5 mil milhões de sapatos não vão ser vendidos em todo o mundo.
Para sobreviver, algumas fábricas em Portugal passaram a fazer calçado mais confortável, que pode ser usados em casa (chinelos), no jardim ou no supermercado. Outros adicionaram à sua produção o fabrico de máscaras, chinelos hospitalares e outros equipamentos de proteção.